#68 - autodesenvolvimento como ferramenta de liderança
10 comportamentos para te guiar nessa jornada

Semana passada recebi uma mensagem de uma pessoa que foi liderada diretamente por mim e passou um filme na minha cabeça.
Ela relatou depois em detalhes uma situação ruim que passou no trabalho com sua atual gestora e reforçou o quanto nossa troca e parceria de trabalho, mesmo em momentos difíceis, sempre foi muito transparente, respeitosa e fluida.
Daí fiquei pensando no quanto boa parte das pessoas cai de paraquedas em um cargo de gestão, sem nenhuma preparação prévia de como isso, de fato, impacta a vida delas e das pessoas que formam a sua equipe.
Sei que isso não é novidade, mas estaria mentindo se dissesse que não me sinto incomodada toda vez que ouço histórias como essa. E pode ser que você que me lê agora esteja passando por algo parecido no seu trabalho, seja na posição de gestão sem preparo ou de alguém que anseia por uma liderança que te ajude a se desenvolver enquanto pessoa e profissional.
Caso você não se indentifique com nenhum desses dois cenários, ainda assim, te convido a permanecer nessa leitura e conhecer um pouco mais do que significa a liderança orientada por valores e compreender como ela pode fazer parte do seu dia a dia.
Quando decidi que trabalharia a liderança de um jeito diferente, sabia que não seria fácil. Muitas pessoas (mentores inclusive) me disseram para seguir o caminho comum: ensinar estratégias e ferramentas de gestão como se fossem sinônimos de liderança.
Essa é a liderança que o universo do trabalho corporativo nos fez passar a acreditar que é a única possível.
A verdade é que é muito mais fácil pensar em liderança como um cargo de gestão. Porque assim focamos no que fazemos, na nossa capacidade produtiva. Isso nos poupa do desconforto de precisar pensar em quem nós realmente somos e quão distante estamos da pessoa que gostaríamos de ser.
A lacuna entre esses dois pontos é o que te aproxima do que eu chamo de a sua liderança única.
O que me trouxe até aqui e me faz ainda ser lembrada como referência de liderança por quem conviveu algum tempo comigo, sem dúvidas, foi o desejo de me manter em constante evolução. É isso que me faz estar atenta e consciente de tudo o que preciso aprender, das coisas que quero conquistar e de como posso retribuir, colaborar para que mais pessoas se permitam explorar essa visão de liderança também.
Então hoje, quero compartilhar com você um compilado baseado nos ensinamentos de Richard Barrett, o cara que me fez enxergar o verdadeiro significado de liderar - falo mais sobre ele nessa carta aqui:
a sua forma de enxergar a liderança influencia diretamente no significado que ela tem na sua vida.
10 comportamentos para guiar a sua liderança
Uma proposta para te ajudar a lidar melhor com os seus desafios de desenvolvimento, sejam eles no âmbito pessoal ou profissional.
1. torne-se incrivelmente adaptável
Quando você se permite expandir a sua consciência, consegue entender a necessidade de mudar pontos de vista e sentir o impacto dessa mudança na sua vida.
Mantenha-se constantemente capaz de reinterpretar a realidade.
As pessoas mais bem sucedidas são incrivelmente adaptáveis - não são apegadas às suas ideias de como as coisas devem ser.
2. concentre-se no seu propósito
Não se distraia do que faz seu olho brilhar!
Conforme você for avançando no processo de autodesenvolvimento, você vai obter o reconhecimento externo (status, cargos, bens materiais…) e isso pode acabar te distraindo.
Mantenha seu foco naquilo que realmente importa pra você; sempre que possível, evite se envolver com pessoas ou projetos com os quais não se identifica.
Aprenda a dizer não. Você sempre saberá onde concentrar sua energia ao se permitir ser guiada pelos seus valores pessoais.
3. fique à vontade com o que você é
Você sempre dá ao que acontece em sua vida a importância que isso tem pra você.
Se mantiver esse pensamento sempre em mente, estará livre e à vontade pra analisar seus sentimentos e emoções a partir de um lugar neutro - sem julgamentos.
Ao não julgar, você permite que os significados reais das coisas e situações se apresentem pra você e que a sua autoconfiança apareça por meio dos seus valores e não das suas crenças.
4. fuja da armadilha de acreditar que você tem a melhor resposta
Tudo o que você acredita que sabe é um filtro que você usa a partir das experiências que viveu até hoje.
Se apegar a isso sem abertura para o novo só vai bloquear a sua criatividade, a sua intuição e a sua capacidade de inspiração.
Experimente dizer "não sei" com mais frequência e aproveite para exercitar a sua capacidade de pedir ajuda e de ouvir mais.
5. fique à vontade com a incerteza
Nem sempre você saberá como e quando agir ou intervir em determinada situação. Aceitar e começar a perceber como lidar com essa incerteza é uma habilidade valiosa.
Aprender a conviver com a incerteza é se desprender da sua necessidade de chegar a um resultado e passar a apreciar o processo. Não dá pra dizer que é fácil, mas posso afirmar que o esforço vale mesmo a pena.
6. considere sempre o contexto
Contexto importa.
Falar sobre liderança para um grupo de crianças dentro de uma sala de aula é diferente de falar sobre liderança para um grupo de adultos em uma sala de aula.
Você deve sempre se perguntar: "Quais são as particularidades e necessidades desse contexto em que me encontro hoje?"
E a partir disso, usar os seus valores para guiar o seu comportamento em relação a cada situação.
7. mantenha a curiosidade ativa
Nunca pare de fazer perguntas.
Sempre que pensar em uma forma de resolver um problema, pense em como a sua capacidade de fazer perguntas pode te ajudar a chegar em soluções mais efetivas e abrangentes, que considerem o contexto como um todo e não apenas a sua visão sobre a questão.
8. se entregue ao processo
Se entregar, aqui, não significa perder, ao contrário: é a vitória do crescimento sobre o medo do novo/desconhecido.
Pode ser difícil no início, principalmente porque, para isso, talvez precise abrir mão de coisas com as quais você se identifica. Faz parte do processo.
9. seja fiel aos seus valores
Seus valores pessoais essenciais são os seus guias para todas as situações e dúvidas que podem surgir. Eles representam as suas necessidades e elas estão conectadas às suas motivações, a tudo o que te faz agir e se colocar em movimento.
Viver com base nos seus valores é a forma como você mantém a sua autenticidade, aquilo que te torna única. Ao ser fiel aos seus valores, você sempre tem para onde voltar quando tudo parece desandar.
10. siga sua paixão
Quando você aprende a interpretar os sinais da sua intuição e inspiração, seus valores te guiam em direção ao seu propósito, àquilo que te move e pulsa dentro de você como uma paixão incontrolável.
Sabe aquele sentimento arrebatador que vem junto de uma nova paixão?
Quando foi a última vez que se sentiu assim ao pensar em tudo o que você é e construiu ao longo da vida?
ok, mas como colocar tudo isso em prática?
O primeiro passo é deixar de lado a visão rasa sobre liderança que todos nós um dia já tivemos. Gestão importa sim, mas sem os diferentes aspectos humanos que envolvem a liderança, você corre o risco de se ver na situação da gestora lá do início da carta: não sabendo lidar com tudo o que envolve a responsabilidade de desenvolver a si mesma e outras pessoas.
O segundo é passar a observar o seu comportamento no dia a dia para identificar oportunidades de aplicar cada um desses itens apresentados.
Compreender o quanto isso te gerou satisfação ou desconforto é o processo de autodesenvolvimento acontecendo na prática.
Se existe outro jeito de buscar realização pessoal e satisfação profissional, desconheço.
se você curtiu essa carta, também pode gostar dessas edições aqui:
oi, aqui é a Lu. :)
e já faz quase 2 anos que eu decidi abrir mão de uma vida estável na zona sul do Rio de Janeiro, junto de uma carreira bem sucedida de 15 anos no mundo corporativo, para realizar o sonho de viver uma vida mais leve e ajudar outras mulheres a desenvolverem a liderança que eu acredito: orientada por valores.
escrevo essas cartas para compartilhar um pouco do meu processo de autodesenvolvimento e assim encorajar outras mulheres a se permitirem viver mais conectadas com o que acreditam, sem deixar de liderar por conta disso.
nesse link, você conhece um pouco mais do meu trabalho, focado no desenvolvimento de uma liderança orientada por valores.
e se você chegou até aqui e ainda não é assinante, fica o meu convite para receber as cartas toda semana na sua caixa de entrada :)
Vim aqui matar as saudades das suas cartas - e tirar o atraso delas, ao mesmo tempo hahaha
Eu sempre amo o que você escreve e compartilha, Lu. Acho que é TÃOOOO conectado com o que precisamos no mundo nesse momento de profunda transição. Adoraria ter você como líder, sabia? (De certa forma, tenho, ao ler essas cartas...)
Essas dicas ressoam muito por aqui. Acredito que é muito bonito enxergar ambientes de trabalho como locais em que podemos desenvolver nosso autoconhecimento e nossas próprias ferramentas de servir ao mundo. Seria muito mais leve habitar um planeta em que todas as pessoas enxergassem o trabalho externo como um trabalho interno. Amo vir me inspirar aqui!
Beijo!
Queria que todos os líderes lessem essa carta, Lu! Perfeito 🫶