#69 - se o seu trabalho é a sua vida, essa carta é pra você.
Você não é o seu trabalho.
E o seu trabalho não é a sua vida; é só uma parte dela.
Durante muito tempo eu servi ao meu trabalho e esqueci que é ele quem deve servir a mim: apresentar desafios, trazer oportunidades de melhoria, aprendizados, abrir espaço para a construção de relações e oferecer satisfação profissional e realização pessoal - por que não?
oi, aqui é a Lu. :)
eu escrevo cartas com histórias reais de vida, carreira e liderança para te ajudar a enxergar que é possível viver e trabalhar com mais leveza, sentido e qualidade - uma carta por vez.
Você não precisa amar o seu trabalho, mas pode, se quiser.
O que importa mesmo é você focar em ter clareza do espaço que o trabalho ocupa na sua vida, porque é isso que vai te fazer perceber o impacto que ele gera - pra você e pro mundo. Se você não ama o seu trabalho e está passando muito tempo se desgastando por conta dele, você já está percebendo o impacto que ele tem em você.
Existe algo que você possa fazer pra mudar essa realidade?
Pode relaxar. O caminho não é necessariamente encontrar um trabalho que você ame. De repente é só conseguir dividir melhor essa equação. Buscar se desgastar menos com o trabalho e concentrar a sua energia naquilo que te nutre.
Até porque, antes desse amor todo, na sociedade em que vivemos, o trabalho existe para suprir as nossas necessidades básicas de sobrevivência - saúde, segurança e estabilidade.
Acho que a gente romantizou muito a coisa do propósito né?
Talvez você não precise encontrar o seu propósito.
Talvez você precise encontrar você mesma. Pra conseguir entender qual é esse espaço que o trabalho ocupa na sua vida e como você pode tornar isso mais agradável pra você e pra quem trabalha com você.
A gente pode sim fazer do trabalho a nossa principal fonte de realização, mas a gente não precisa disso pra dar check nesse item da (longa) lista genérica de uma vida de sucesso. Já passou a era de apontar o dedo para quem não está amando o seu trabalho (tomara!).
E por mais amor que tenhamos pelo que escolhemos fazer como trabalho, ainda é um trabalho.
Não sei por aí, mas por aqui, sinto cada vez mais forte ser urgente ter um espaço que é de viver, de nos relacionarmos com as outras pessoas e construirmos coisas que não estão conectadas com o trabalho.
Uma vez eu li que não dá pra percorrer o caminho sem que você se torne o próprio caminho, porque é a sua transformação que faz o caminho se revelar.
Seguindo essa lógica, talvez a gente precise aceitar que não dá pra viver e trabalhar de um jeito mais leve sem que de fato consigamos viver.
Porque é esse movimento de dedicar tempo e energia para viver que vai te fazer compreender como você deve trabalhar para sustentar tudo isso.
Né?
Achei interessante trazer essa discussão aqui nesse feriado nacional que nos incentiva a descansar justamente por conta do trabalho, para provocar essa reflexão:
como o trabalho que você tem hoje está servindo a você?
pensa racionalmente nos pontos positivos desse trabalho que você tem hoje e no que ele te traz de resultados, de benefícios, de liberdade, estabilidade…faz uma lista com tudo isso.
e se ele não está te servindo em nada, consegue dizer o por quê?
agora pensa em como você gostaria que fosse o seu trabalho; como ele poderia te dar mais realização e satisfação? lista tudo o que vier na sua cabeça quando pensar sobre isso.
Depois de fazer esse exercício, olha pra essas respostas.
Percebe que a conexão entre elas é você?
É você conseguir encontrar esse espaço em que consegue manter o seu equilíbrio interno para ser capaz de conviver bem com tudo o que é externo e te cerca - inclusive o seu trabalho.
O seu trabalho não é a sua vida; é só uma parte dela.
Então, vou te perguntar mais uma vez:
como o seu trabalho está servindo a você?
oba, você chegou até aqui :)
quero te contar que já faz quase 2 anos que eu decidi abrir mão de uma vida estável na zona sul do Rio de Janeiro, junto de uma carreira bem sucedida de 15 anos no mundo corporativo, para realizar o sonho de viver uma vida mais leve na Bahia e me dedicar a ajudar outras mulheres a desenvolverem a liderança que eu acredito: orientada por valores.
escrevo essas cartas com histórias reais de vida, carreira e liderança para compartilhar um pouco do meu processo de autodesenvolvimento e assim encorajar outras mulheres a se permitirem viver mais conectadas com o que acreditam, sem deixar de liderar por conta disso.
nesse link, você conhece um pouco mais do meu trabalho, focado no desenvolvimento de uma liderança orientada por valores.
obrigada por estar aqui e até a próxima carta! ;)
Uau, que carta maravilhosa para o dia de hoje, estou numa fase bastante reflexiva sobre meu trabalho atual. Já romantizei encontrar meu propósito, queria trabalhar numa ONG, ser ativista ambiental, mas não consegui (ainda).
Esse trecho me pegou “Porque é esse movimento de dedicar tempo e energia para viver que vai te fazer compreender como você deve trabalhar para sustentar tudo isso.” 🤯😬
Obrigada pela reflexão 🌻
Tenho aplicado isso na minha vida, com o que chamo de "slowdutividade" (slow living + produtividade). Sou apaixonada por esse conceito, porque une justamente o viver desacelerado com a loucura frenética por eficiência, que muito tem a ver com essa área profissional. É a busca pela harmonia, pelo ritmo certo. Por viver com mais presença. Por encontrar propósito em viver, não em trabalhar. Enfim, esse assunto dá muitas ramificações. Conheci sua newsletter hoje e já estou amando!