#35 - essa não é mais uma carta de amor
Eu queria ser vista pelos meus próprios olhos sem que eu fosse eu mesma.
“Embora você possa me ver com clareza, só sabe me ver a partir dos seus olhos, a partir da sua vida, a partir dos seus traumas e das suas alegrias. Então quando você fala de mim, fala de quem eu sou para você. Mas quem eu sou para você não equivale a quem eu sou para mim. Eu queria ser vista pelos meus próprios olhos sem que eu fosse eu mesma.”
Trecho do livro: Não pise no meu vazio
Era isso que a Ana Suy descreve nesse trecho que eu estava tentando encontrar nesse mesmo dia no ano passado, quando perguntei a mim mesma o que eu teria de único pra compartilhar aqui nesse espaço (eu sei que você consegue ler as palavras da imagem).
A ideia dessas cartas nasceu nos primeiros dias de junho de 2023, quando eu, recém-chegada na Bahia, aproveitava um dia de semana com sol na praia e planejava os próximos passos da minha carreira. Se você tá aqui desde a carta #01, você sabe que esse projeto só saiu do papel em meados de setembro. Foram meses de questionamentos e uma busca por validação interna de que esses escritos fariam a diferença pra mim, em primeiro lugar.
É que fazer a diferença é o meu valor número 1. E foi só quando entendi como isso se manifestava nas pequenas ações do meu dia a dia, que encontrei o meu “novo” diferencial.
É fato que de tempos em tempos a gente se questiona, né? E nessa época no ano passado eu estava justamente questionando o quanto seria capaz de expressar a liderança que eu acredito, fora do ambiente corporativo. Afinal, nosso namoro foi longo e eu estava comprometida com o tipo de relação que aprendi a construir nas empresas. O que durante muito tempo eu não consegui perceber foi o quanto aquela forma de trabalhar me afastava de quem eu queria ser de verdade (que atire a primeira pedra quem nunca viveu um amor assim).
Não foi fácil romper. Quando me dei conta, já era quase uma união estável e eu não enxergava mais a minha identidade ali - foram quase 16 anos entendendo esse como o único caminho possível para o sucesso. Mas quando olhei com atenção pro meu valor número 1 e pras atividades que ocupavam 90% do meu tempo, identifiquei um desconforto muito maior (e mais incômodo) que o da mudança.
Foi assim que escolhi colocar energia em encontrar um novo amor.
Um amor que desejasse fazer a diferença tanto quanto eu. Que tivesse convergência com os meus valores e que me fizesse acreditar que é possivel transformar o mundo ajudando pessoas a se transformarem também.
Meu novo amor reconhece e utiliza o melhor da Luiza que um dia fui, ao mesmo tempo em que enche o peito para falar da Luiza que estamos criando em conjunto. Nossas criações, inclusive, têm impactado a vida de mulheres que escolheram enxergar a liderança com outros olhos.
Nesse 12 de junho de 2024 eu quero que você encontre nessa carta um incentivo para escolher amar a si mesma em primeiro lugar.
Um chamado, para se reencontrar quando seus olhos encararem o espelho. Um motivo para pensar sobre o que te faz ser apaixonada pelo que você verdadeiramente é.
Se você não consegue enxergar o que a liderança tem a ver com isso, eu tenho certeza que essas cartas são pra você.
Que carta linda e necessária. Penso muito nisso, em como ninguém me vê como eu realmente sou, e como temos que bancar nossa essência - também na liderança. Amo os insights que tenho com tua news <3