Terça-feira, 23 de abril - 18h35.
Estou nesse momento no novo escritório, com a varanda aberta e a vista deslumbrante da mata sob a luz da lua cheia. Tô com vontade até de apagar as luzes do quarto e ficar só com a iluminação da lua…
UAU!
(Queria que você estivesse aqui pra contemplar comigo; certeza que a foto não vai conseguir transmitir a beleza que tá isso aqui.)
É a primeira vez que vejo a lua cheia com essa vista privilegiada dentro da minha própria casa.
Quando adolescente, eu costumava passar férias e feriados prolongados na praia, em Mangaratiba, mais especificamente em um condomínio chamado Sítio Bom - um pequeno paraíso escondido no caminho que leva até a famosa Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Lá, formamos um grupo de amigos que sempre se encontravam nessas ocasiões. Um desses amigos uma vez me disse: "Sabia que quem vê um coelho na lua tá apaixonado?”
Ok, hoje imagino que isso era uma cantada que ele usava para fazer as meninas pararem pra admirar a lua na companhia dele. Mas lembro que isso me marcou e, a partir dali, toda vez que acreditava estar apaixonada por alguém, corria pra olhar a lua e tentar encontrar a resposta em forma de coelho.
Passados alguns bons anos, já adulta, a curiosidade me fez pesquisar sobre “coelhos na lua” e muitas histórias surgiram - nenhuma sobre paixão. O que ficou mesmo foi a simbologia que o coelho carrega consigo: fertilidade, nascimento, renovação e esperança de vida.
E olhando agora pra essa lua eu consigo ver o coelho, mas também vejo um mapa, um bebê dentro do útero da mãe… Vejo muita coisa dessa simbologia e mais: consigo me ver no meio de toda essa escuridão que é o desconhecido; consigo enxergar, com cada vez mais clareza, onde quero estar.
E quando você sabe onde quer estar, a sua vontade se transforma em uma rota pra te guiar ao longo desse caminho.
Eu não sei se você esperava uma super mensagem nessa carta, mas eu senti muito de compartilhar isso com você hoje: essa contemplação do momento presente.
Sentada aqui agora, lembro de quando essa cena era apenas um sonho distante, alguns diriam até impossível mesmo: eu, morando em uma casa no meio do mato, na Bahia, trabalhando do jeito que eu acredito e vivendo uma vida simples - e muito cheia de significado.
Então, quero te lembrar de como é importante viver o presente, sem se apegar ao passado e sem projetar demais o futuro. Vai vivendo e sonhando, mas não deixa de viver.
E se você tá em dúvida de qual é o seu próximo passo ou se existe algum sonho preso aí dentro, eu te convido a parar e buscar a luz.
Às vezes a gente só precisa olhar pra onde está a luz. E é exatamente isso que estou fazendo agora.
Eu tô vendo coelho na lua e posso dizer que estou apaixonada por quem estou me tornando.
Desejo que você se permita se apaixonar por você também.
Com amor (próprio),
Lu.
UAAAAU = Sem fôlego. Sem palavras. Sem reação. A ideia do momento e da contemplação, me tomaram aqui!
Interessante...
Quando criança, sem ninguém ter dito nada, eu via "Coelhos na Lua". E também via imagens nas nuvens. Um senhor, todo de branco e chapéu (que talvez para os umbandistas seria o Tranca Ruas), nas roupas que meu pai pendurava na porta do meu guarda-roupas, à noite, quando chegava do trabalho (humm, trocadilho - Tranca Ruas x Guarda Roupa...). Sua carta me colocou aqui, contemplativa, e me levou a um lugar no qual eu me via, ainda com SONHOS. E mesmo muito criança, inocente, já visualizava aquele que um dia viria ser.
Interessante...
Preciso voltar a olhar pro céu, de dentro, e enxergar "Coelhos na Lua". A vida tem pedido pausas, um pouco menos de ação, um tanto mais de contemplação.
Novamente... o-bri-ga-da!! Por palavras cheias de luar!